Mais uma procissão de Nossa Senhora dos Aleijados, a santa padroeira de Anarquim.
De tarde, desfilam pelas ruas os desmembrados, os aleijados, os atrofiados, os doidos, as reumáticas, os bêbados. Quem não preenche estes requisitos enfileira-se junto ao percurso, bate palmas e lança pétalas de girassol sobre o cortejo. Este ano eramos doze a assistir, contando comigo.
À noite, um conjunto anima as hostes (este ano a banda filarmónica de Beijocas foi a escolhida), enquanto que o povo participa numa mega churrascada de pernas de rã.
O vinho jorra a grande ritmo, as pipas secam num ápice, as gargantas entoam canções de amor...
Já com os meus copinhos acentes no estômago, contemplo a mais bela das meninas de Anarquim, a Almerinda.
As pernas fraquejam quando a vejo apontar para mim...Não quero acreditar que me está a chamar.
Hesito, e com um pequeno gesto procuro confirmar se é mesmo a mim que ela chama. Ela acena com a cabeça, parecendo responder afirmativamente.
Nervosamente, começo a percorrer os vinte e dois metros que me separam dela.
Ela sorri...
Eu respondo com um sorriso que me divide a face em dois. Ela abre os seus braços, pronta para me receber.
No momento em que me preparo para fazer o mesmo gesto, sou literalmente abalroado por um Perdigueiro, que lhe salta para o colo. Ela abraça-o e sorri...Olha em redor. Beija-o, rejubila...E num segundo, desaparece por entre a múltidão.
És mesmo estúpido Joel!
Joel, 17 de Maio de 1970, Anarquim de Baixo.
De tarde, desfilam pelas ruas os desmembrados, os aleijados, os atrofiados, os doidos, as reumáticas, os bêbados. Quem não preenche estes requisitos enfileira-se junto ao percurso, bate palmas e lança pétalas de girassol sobre o cortejo. Este ano eramos doze a assistir, contando comigo.
À noite, um conjunto anima as hostes (este ano a banda filarmónica de Beijocas foi a escolhida), enquanto que o povo participa numa mega churrascada de pernas de rã.
O vinho jorra a grande ritmo, as pipas secam num ápice, as gargantas entoam canções de amor...
Já com os meus copinhos acentes no estômago, contemplo a mais bela das meninas de Anarquim, a Almerinda.
As pernas fraquejam quando a vejo apontar para mim...Não quero acreditar que me está a chamar.
Hesito, e com um pequeno gesto procuro confirmar se é mesmo a mim que ela chama. Ela acena com a cabeça, parecendo responder afirmativamente.
Nervosamente, começo a percorrer os vinte e dois metros que me separam dela.
Ela sorri...
Eu respondo com um sorriso que me divide a face em dois. Ela abre os seus braços, pronta para me receber.
No momento em que me preparo para fazer o mesmo gesto, sou literalmente abalroado por um Perdigueiro, que lhe salta para o colo. Ela abraça-o e sorri...Olha em redor. Beija-o, rejubila...E num segundo, desaparece por entre a múltidão.
És mesmo estúpido Joel!
Joel, 17 de Maio de 1970, Anarquim de Baixo.
3 comentários:
aaaaaaaaaaaah k tampa :)
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