Está frio hoje. Emprestei a minha camisola mais quentinha à minha irmã Carmelinda, que ela tem mais frio do que eu. Eu sou homem, não posso ter frio.
Hoje houve banhoca para todos...abençoado São Pedro, como sempre o é.
É regra cá de casa: a água do poço que o Sr. Gilberto nos oferece (normalmente três baldes por semana), é usada apenas para fazer a sopa de coentros (a nossa única refeição diária) e para bebermos um copinho antes de dormir. A mãe bebe um jarro .Ela diz que é por ser mais idosa, precisa mais do que nós. Adiante:
Mas que bem que soube o banho!Sabe sempre melhor quando é inesperado... Estavamos sentados no chão frio do casebre a jogar ao “calha o calhau” (um dia explico como se joga), quando sentimos a luz que incide sobre a pequena janela diminuir de intensidade. O rebuliço instalou-se entre todos nós! Só podia ser uma núvem!
Daí a caírem os primeiros pingos foi um ápice, e num ápice fomos para a rua usufruir da benção que é sentir a água penetrar nos poros da pele! Esfregámos o sabão de cenoura por todo o corpo e cantámos e rimos e chorámos com aquele momento tão abençoado.
O pior é sempre quando a chuva pára...O corpo arrefece e não há toalhas para nos secarmos. Para cúmulo dos azares, levantou-se uma ventania e ficámos todos cobertos por uma fina camada de poeira. Ao entrarmos em casa nesta triste figura, eis que surge mais um habitual ataque de fúria da mãe, contemplando-nos a todos com um belo festival de réguadas nas nádegas...
Joel, 27 de Abril de 1970, Anarquim de Baixo
Hoje houve banhoca para todos...abençoado São Pedro, como sempre o é.
É regra cá de casa: a água do poço que o Sr. Gilberto nos oferece (normalmente três baldes por semana), é usada apenas para fazer a sopa de coentros (a nossa única refeição diária) e para bebermos um copinho antes de dormir. A mãe bebe um jarro .Ela diz que é por ser mais idosa, precisa mais do que nós. Adiante:
Mas que bem que soube o banho!Sabe sempre melhor quando é inesperado... Estavamos sentados no chão frio do casebre a jogar ao “calha o calhau” (um dia explico como se joga), quando sentimos a luz que incide sobre a pequena janela diminuir de intensidade. O rebuliço instalou-se entre todos nós! Só podia ser uma núvem!
Daí a caírem os primeiros pingos foi um ápice, e num ápice fomos para a rua usufruir da benção que é sentir a água penetrar nos poros da pele! Esfregámos o sabão de cenoura por todo o corpo e cantámos e rimos e chorámos com aquele momento tão abençoado.
O pior é sempre quando a chuva pára...O corpo arrefece e não há toalhas para nos secarmos. Para cúmulo dos azares, levantou-se uma ventania e ficámos todos cobertos por uma fina camada de poeira. Ao entrarmos em casa nesta triste figura, eis que surge mais um habitual ataque de fúria da mãe, contemplando-nos a todos com um belo festival de réguadas nas nádegas...
Joel, 27 de Abril de 1970, Anarquim de Baixo
4 comentários:
grande. não sei a que meandros da tua mente retorcida e tortuosa vais buscar isso... pensando bem também não quero saber...
LOL continua miúdo. até amanhã :)
Caro Joel, ouve lá. Como passaste de 1970 para 2005? Não compreendo claramente, mas suponho que tenhas construído um engenho qualquer que te permita viajar no tempo. Nesse caso como é Anarquim de Baixo na data de 2005?
Love by a huge fan, Stewie.
Write to me to loismustdie@yahoo.com
P.S. - Victory shall be mine.
Caro stewie,
eu não passei de 1970 para 2005.
1970 é que passou de 2005 para mim... quanto a esse tal engenho, que mencionas,foi-me facultado por um cigano que me o vendeu por 12 tostões. Este permite apenas enviar informações para o futuro, e não a teleportação corporal.
Assim, é-me impossível saber como será Anarquim de Baixo no teu tempo...Mas cálculo que seja um campo de concentração do regime socrático.
Força Stewie! Saudações do teu longinquo amigo,
Joel
That's a great story. Waiting for more. » »
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